Caso Moïse Kabagambe

A Igreja Presbiteriana Unida do Brasil vem manifestar sua condenação ao assassinato bárbaro de Moïse Kabagambe, ocorrido na cidade do Rio de Janeiro.

É inadmissível, enquanto igreja de Jesus Cristo, permanecermos calados diante do linchamento de um jovem trabalhador, imigrante, originário da República Democrática do Congo, independentemente de quais fossem as motivações dos assassinos.

Este acontecimento nos remete a um passado em que pessoas da mesma origem que esse jovem, foram reduzidas à condição de escravos e eram submetidas publicamente a castigos corporais que, muitas vezes, redundavam em assassinatos impunes, nas mãos de pessoas que tinham sobre elas, no sistema escravagista, direito de vida e de morte.

Essa ocorrência vem lembrar à sociedade brasileira que o racismo é uma realidade viva e diária na vida da população afrodescendente ou – no caso de Moise – africana em nosso país. Pouco importa se os seus assassinos forem também identificados como afrodescendentes. O racismo não é seletivo para com seus praticantes – apenas para as suas vítimas.

O respeito aos direitos dos estrangeiros, dos órfãos e das viúvas era um princípio basilar da Lei Mosaica que foi recepcionado no Novo Testamento. Desde suas origens a Igreja procurou resguardar esse princípio, abrindo as portas do Reino de Deus sem acepção de pessoas. O episódio em questão vai frontalmente contra o projeto de Deus para a humanidade.

Que os culpados sejam julgados com o rigor da lei penal, e que episódios como este não se repitam. Este é o nosso clamor. Esta é a nossa nossa oração.